terça-feira, 30 de setembro de 2008

Se uma criança chora, a gente procura dar conforto. Abraçar. Mas e se o choro vem de dentro? Como abraçar a si mesmo, confortar o interior próprio? Se o espinho fura a pele de dentro pra fora, minhas mãos, inócuas, meus dedos formigam desespero inoperante. É como se rasgasse assim, lentamente, de dentro pra fora. como amplificar o desespero mudo, que se resolve em uma gota que despenca e cai. Vermelha. 'Ein Deutsches Requiem' de Brahms na vitrola. Atemporal. Inesgotavelmente forte como eu deveria ter sido. Engraçado como a música que celebra a morte é linda e viva. Forte. E se ela decompõe-se em vozes musicais muito bem regadas com doçura, então minha morte será também assim: mais doce e tenra do que o espinho que reverbera angústia dentro de mim.

2 comentários:

Thaynah disse...

Perfeito.

Amei esse.


E amo você, meu amor.


(Comentário rápido antes de ir ao colégio.) s2

GISELE LOPES disse...

puxaaaaaaaaaaa

que lindo o que vc escreveuuuu

um abraço