sexta-feira, 9 de março de 2007

(.)

por mares nunca d'antes

Na imensidão do oceano mais vasto
uma garrafa vaga levada ao azar.

Na imensidão de uma mente vaga,
bóia uma vontade estacionada na areia.

Sentado, ele espera. Olhar fixo no mar.
ouvido fixo no som estridente das gaivotas,
contraponto esganiçado ao marulho intermitente.

A garrafa tem alguém dentro.

Talvez ela nunca chegue ali. Ou em qquer outra praia.

Talvez o mar seja caprichoso e leve-a cuidadosamente
ao destino à qual fora endereçada, quando jogada ao mar.

Um pedaço de plástico arranha a areia molhada, aos pés do homem q espera.

Plásticos azuis e sem graça são mais comuns de aportar por ali…

O rótulo da garrafa ainda não se descolou,
e a menina lá dentro não parece cansada com a viagem. nem ansiosa nem nada.

Os peixes que por ela passam podem ler ali : platônico.








Poesia inspirada na garrafa de Tarlei.

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